sexta-feira, 27 de março de 2015

Era para ser apenas uma canção.

Foto: Gramado - RS

Naquele momento eu buscava uma paz. Sei lá onde, sei lá como. Queria de alguma forma colocar para fora aquele espinho que machucava, que me incomodava.

Era o meu desejo obter uma cura para uma situação adversa, nunca havia passado por aquilo. Buscava desesperadamente um manual, uma fórmula ou qualquer coisa que acabasse com aquela dor.

Então, eu saí de mim. Fui embora e lá no interior do Rio Grande do Sul eu encontrei um pouquinho de mim. 

Nobres pessoas, fazendeiros, peões, donas de casa, cozinheiras e cancioneiros, foi com pessoas comuns, da lida com a terra que descobri um compositor em mim, um artista das palavras e das formas e das rimas e dos sons... que tocavam o coração.

Inspirei-me no dia mais feliz, em que tudo começou. E assim foi indo... 

Tudo o que eu mais desejava era lhe dar aquela canção.

E juntei lembranças que me faziam recordar o quão bom havia sido.

E cada momento pranteava em minh`alma uma estranha saudade que nunca imaginaria sentir.

Transformei, em canção, cada sorriso que você me deu. E cada lágrima que na minha face escorreu.

Hoje, tenho um repertório dentro de mim. Mas, na verdade, era para ser apenas uma canção.

terça-feira, 24 de março de 2015

Uma pausa na pausa.


Foto: Parque Nacional de Aparados da Serra - Cambará do Sul - RS



Bem, caros amigos e leitores, chegou a hora de parar. Apenas uma pausa na pausa. Para pensar e refletir.


Esta Jornada toda tem sido uma pausa, um período sabático ou um gap year como alguns dizem. Está servindo para eu poder me reencontrar e descobrir novas visões, opiniões e outros horizontes.


Até então já caminhei bastante pelo Brasil, conheci lugares fascinantes e pessoas admiráveis. Histórias, costumes, lendas e mistérios do nosso Brasil.


O caso é que novas parcerias surgiram com oportunidades e outras idéias. Acredito que tudo que seja para acrescentar é bem vindo. Portanto, é necessário fazer uma pausa no projeto para analisar os dados e realinhar as diretrizes.


Começar a rever as histórias, editar parte do futuro livro, já iniciar a seleção das fotos para o outro livro de fotos e para a exposição. Escrever, escrever e escrever mais se necessário capítulos inteiros.


Mas fiquem tranquilos, a Jornada em busca do amor continua. Só precisamos de humildade e ponderação neste momento para avaliar os resultados e objetivos inicialmente propostos. Os estudos continuam, mas agora é momento de ganhar mais força para ir mais além. Ousadia, coragem e libertação. São minhas conquistas nestas primeiras etapas da Jornada do Pôr do Sol.


Busco por renovação, restauração, novos pensamentos, viver sentimentos diferentes e tomar outras atitudes perante a vida, as pessoas e a mim mesmo.


Desde o inicio passei dias e noites, buscando, através de uma ampla pesquisa bibliográfica, cinematográfica e documental, conversas e entrevistas com pessoas e profissionais das mais diversas áreas, por respostas para o amor e as reações tão adversas que este sentimento ou fenômeno como alguns chamam causam nas pessoas e suas relações.


Contudo, sinto-me novamente capaz de amar 100% outra vez, sem medo de novos machucados, acalento minhas cicatrizes que me dão forças para seguir em um mundo que precisa falar mais sobre o amor, mas acima de tudo vivê-lo e compreendê-lo essencialmente. 

Eis chegada a hora de uma profunda reflexão.


sábado, 21 de março de 2015

DECIDI VIVER

Foto: Parque Vaca Brava - Goiânia - GO


Há algum tempo atrás eu estava morrendo. E eu nem fazia ideia do que era isso. Santa ignorância a minha, não é mesmo?!

Eu acordava todas as manhãs, como um cara normal, ia ao banheiro, escovava meus dentes e seguia para a cozinha com uma cara de acabado. Pois, na noite anterior o sono não vinha, nem por decreto.

Passava por minha mãe e ela dizia: _ Bom dia, meu filho, tudo bem?!

E eu, com o meu sempre companheiro mau humor matinal, respondia apenas com um olhar de sobrancelhas cerradas. Como dizer, bom dia para quem? Eu não dormi, o pouco que cochilei tive pesadelos com assuntos do passado, já estou atrasado para ir para a minha vidinha medíocre e ainda estou com fome.

Ora, ora. O que fazer primeiro. Claro! Entrar em pânico. Corre, corre.

Siga para sua vida cheia de cobranças e dívidas, metas para bater, relatórios, planilhas e clientes e mais clientes afoitos na fila esperando impacientemente serem atendidos.

Clamava a Deus por uma solução, qualquer que fosse, só uma, uma só. E a solução bem na minha frente, a morte. Afinal, como dizem, assim que nascemos já começamos a morrer, não é.

Assim como os nossos problemas. E fique ligado, que cria os problemas ou o que chamamos de problemas somos nós mesmos e, por isso, só nós temos o poder de acabar com todos eles e erradicá-los de vez de nossas vidas.

Já pensaram quão mágico seria? Se tudo se resolvesse num passe de mágica.

E pode ser, mas primeiro precisamos acreditar que somos capazes. Bem, o caso é que eu acreditei. E sei que você também pode.

O segredo é que a partir do momento que eu percebi que sou eu o único responsável pela minha vida, eu iniciei um plano. Foi como se tudo se abrisse a minha frente e eu tivesse todas as respostas.

De primeiro, comecei enumerando todas as situações incomodas ou que eu considerava um problema. Família, namoro, faculdade, trabalho e assim por diante.

E passei dias refletindo qual seria a melhor solução para cada um deles, analisei os prós e os contras e segui com o meu plano.

Afinal, eu não desejava a minha morte. Jamais! Mas, ansiava pela morte de cada um dos meus problemas ou essas situações periclitantes que me tiravam a paz da mente e do coração.

E assim o fiz.

Resultado, hoje sou um homem feliz, estável de todas as formas possíveis, emocional e financeiramente. Eu tomo conta da minha vida! 

Deixei antigas mágoas para trás, afinal só pesam e eu não tenho tempo e nem paciência para isso mais. Quero viver, situações novas, conhecer pessoas diferentes, caminhar por lugares desconhecidos e descobrir a beleza de cada flor nos campos e ouvir o canto dos pássaros, livres e felizes, nos céus.

Hoje eu escrevo, cartas, poesias, livros e bilhetinhos. Como chocolate e bebo água de coco na beira da praia quando eu quiser.

Reúno com os amigos, jogamos, bebemos um vinho e batemos papo. 

No mais, sabe o que eu quero da vida?

Bem, quero envelhecer, sabiamente e que cada ruga que aparecer em meu rosto possa contar uma bela história de superação e felicidade.

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Eu decidi viver. E você o que vai decidir? 

quinta-feira, 19 de março de 2015

O amor é a questão, mas também é a resposta.

Foto: Jardim Botânico - Curitiba - PR



Sabe, chegou uma época em que não sabia quem eu era e onde estava ou o que estava fazendo ao certo. Só conseguia ouvir os murmúrios das pessoas descrentes em seus sonhos e atarefadas com os seus afazeres cotidianos, acordar de manhã, ir para a escolha, levar os filhos para a creche, trabalhar e trabalhar exaustivamente ouvindo a chefia cobrar mais e mais resultados. E todos preocupados em acumular bens e mais propriedades. E para quê? E no fim eu não conseguia ver sentido naquilo tudo. Seria eu diferente?

E alguns ainda, numa vida dupla, de trabalho e estudos, levando no coração a esperança de um futuro melhor, suspenso numa neblina de ilusão. Mas, que futuro seria esse?

Eu me peguntava se essas pessoas estavam felizes. Pois eu também vivia assim, exceto pela parte de levar e buscar as crianças na creche ou escola, já que não tenho filhos. E era apenas um pseudo feliz. Mas do que isso me adiantava? Afinal, o que que me deixaria feliz, de verdade?

Bem, alguns de nós sabemos que a vida é uma dádiva, e com essa dádiva vem também os desafios e os obstáculos, pois não estamos aqui à toa, a não ser para o crescimento e liberação da mente, para um propósito maior.

Alguns de nós conseguimos nos abrir mais facilmente para os propósitos da vida e outros nem tanto, demoram mais e por isso, são menos sensíveis, mais egoístas e se enclausuram e, seus próprios mundos com a convicção de que seus atos e pensamentos estão acima de tudo de de todos, que são os senhores da razão, absolutos.

Bem, isso gera caos na vida e nos relacionamentos interpessoais que também não entendem muito bem todo o processo que faz girar a engrenagem que chamamos de vida. E algumas dessas pessoas podem ser cruéis, insensíveis e egocêntricas, sem saber o real motivo para isso.

O arrependimento e a mudança estão aí para todos. Basta cada um abrir os lhos, mas os olhos do coração para poder enxergar de fato o que é importante em suas vidas.

E o nosso dever de cada um, é ajudá-las, é auxiliar-nos uns aos outros. Ajudar na compreensão dos fatos e dos desígnios do destino.

Há algum tempo, um grupo de pessoas me indagou: _ Mas como podemos ajudar essas pessoas?

Então, respondi: _ Pelo simples fato de amá-las! O amor é a questão, mas também é a resposta.

Lembre-se que estamos envolvidos e interligados em uma grande teia com várias e infinitas conexões, e o que fazemos aqui, de bom ou ruim, será, de alguma forma sentido em algum ponto desta grande rede. Portanto, que façamos o bem. E assim, rege a Lei do Universo.

Fazei o bem, e o bem retornarás.

Neste curto tempo que temos a oportunidade de estarmos aqui, neste orbe que chamamos de lar, o que é mais importante na vida e para a vida?

quarta-feira, 18 de março de 2015

E chega uma hora que a mudança vem, simplesmente vem.

Foto: Bosque do Papa - Curitiba - PR


Estava cercado de pessoas "tradicionalistas", nas quais as pressões da sociedade e da cultura na qual cresceram permeavam suas razões e enfuscavam seus sentidos. 
E eu, acreditava também que as coisas eram inalteráveis e assim permaneceriam para sempre.

Todos a minha volta sentiam-se desiludidos ou excessivamente negativos perante a vida e as regras ditadas pela sociedade extremamente hipócrita e cruel, a qual muito exige e nada cede em recompensa, apenas mais críticas e mais pressões.

Vivemos em uma sociedade competitiva em que ter é mais importante que ser. Na realidade, nunca entendi muito bem, mas vivia de acordo com as "regras" e comportamentos estabelecidos.
Era necessário ser o meu aluno da classe, o melhor filho, o melhor neto... o melhor profissional, ter um ótimo salário, quanto mais se ganha mais se deve ganhar, numa ambição desmedida, e tudo em conjunto, trazendo silenciosamente prejuízos para a minha vida.

No fim das contas, eu só queria saber por quê a felicidade e a realização pessoal sempre foram subjugadas ao acúmulo de bens materiais e à ocupação. E com toda essa cobrança, só ia aumentando o meu sentimento de culpa, de frustração e de incompreensão. 

Vivia continuamente preocupado com o futuro, sem tomar ações efetivas para uma mudança.

Eu desejava mudar, sim, desejava encontrar aquele que eu ainda não havia conhecido de verdade, aquele que eu deixara adormecido, escondido para agradar os outros. Erro grave que cometemos em prol dos outros. Nos esconder por trás de uma máscara de felicidade enquanto outras pessoas tomam conta da nossa vida, fazem nossa agenda e ditam regras e comportamentos, os quais, mesmo não concordando, fazemos apenas por aceitação e respeito aos outros.
Mas, espera aí. E será que ninguém se perguntou se eu estava feliz? Afinal, ninguém se importava com a felicidade?

Com o tempo, fui percebendo a inércia das pessoas no processo da vida, perante seus sonhos e seus amores. Alguns parecem viver apegados ao passado, com se isso fosse mudar alguma coisa. O que aconteceu ou deixou de acontecer, ficou lá, no passado. E o passado, não podemos alterar.
Outros tantos, estão tão preocupados com o futuro, que pensam somente em adquirir bens e fazer planos para um futuro que é obscuro e repleto de incertezas.

E todos esquecem de que o agora, somente o agora é que tem algum valor, somente no agora é que podemos viver. Em outras palavras, o momento presente, é o que temos de mais certo na vida.
E não. Não estou dizendo que devemos esquecer o passado, afinal é através dele que analisamos os fatos e aprendemos com a história. E também não estou dizendo que devemos negligenciar o futuro. Apenas estou dizendo que devemos aproveitar mais o momento. 
Afinal, nada podemos fazer no passado e nada podemos fazer no futuro. Mas, podemos e devemos fazer no agora.

Talvez o meu maior erro tenha sido a omissão, aos meus sonhos, aos meus amores mas, acima de tudo e de todos, a mim mesmo. Esta foi uma lição que aprendi.

Com o tempo, aquele mundo projetado e idealizado para mim e não por mim, ruiu e tudo se acabou. Seria a vida me castigando ou simplesmente um novo ciclo estaria se iniciando? Aprendi que tudo depende do ponto de vista. Então, decidi começar a olhar pelo lado bom. 
Esse foi o grande segredo. Tudo ficou mais simples e os problemas já não existiam mais. 
Percebi, pois, que era possível mudar. Mas, daí querer mudar e mudar de fato, existe um longo caminho pelo qual precisamos deixar para trás pensamentos, dogmas, preconceitos, sentimentos, pessoas e muitas outras coisas para trás.

Mas tomei minha decisão e nada me faria parar. Decidi mudar em uma sociedade que ridiculariza a idéia de poder escolher também a felicidade.

Deixei família, amigos, meu emprego de tantos anos, o aconchego da minha casa para sair em busca do meu Eu. 

Enfim, saí sem nada e sem a companhia de ninguém em busca de respostas para a vida e para o amor.
Pois, acredito que para um felicidade plena é necessário compreender o mundo que nos rodeia e as pessoas e suas atitudes, assim como a nós próprios.

Continuo sonhando e acreditando na vida. Alguns me chamam de louco, outros de corajoso e outros tantos de eterno sonhador. Para mim, tudo bem, tanto faz o título.
Mas, eu decidi mudar, estou buscando conhecimento e a mudança que tanto desejava. Estou indo, um passo de cada vez, determinado.

Deixei o meu Ego para ir em busca do meu Eu.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Então, fui ser feliz... E não volto mais.




No dia em que decidi partir em busca de respostas para a vida e para o meu coração, eu já sabia que não voltaria mais. Nunca mais seria a mesma pessoa.

Deixei algumas pessoas para trás, outras tantas ainda levo em meu coração. Joguei a tristeza e as mágoas fora e peguei um pouco coragem, ousadia e  muita vontade de crescer e encontrar a mim mesmo em algum lugar.

Levo comigo a esperança de dias melhores, o carinho e cada ensinamento que tive com cada um, e levo também barrinhas de cereal e chocolates.

Nunca, realmente, me arrependi de nada do que fiz ou do que fui, só queria que todos pudessem ser felizes e, tentando amar e agradar à todos, eu esqueci de mim mesmo.

Talvez algumas vezes fui incompreendido outras vezes eu que não compreendi. Me jogaram pedras, claro, no sentido figurado, me apresentaram muitas coisas ruins, que já não vejo sentido em comentar e muito menos lembrar, mas também me apresentaram muitas coisas boas.

No fim, aprendi a juntar e guardar cada uma dessas pedras. E com cada uma estou construindo a minha fortaleza, a qual habito hoje.

E agora, o que mais me importa, é a felicidade.

Então, fui ser feliz... E não volto mais.

Jornada do Pôr do Sol: O início.


Finalmente, me rendi aos pedidos dos nobres amigos e colegas e todos os demais que colaboraram para que eu chegasse até aqui.

Hoje, estou na terceira pausa ou no terceiro hiato, como alguns preferem nomear, da #JornadadoPôrdoSol. Estou em Campinas, SP, minha cidade natal e onde vivi por tanto tempo, boas experiências e outras nem tanto assim, mas que serviram de lição. Conheci pessoas encantadoras e brilhantes e outras tantas.

Mas, o fato é que este é o primeiro post neste novo blog. No qual pretendo deixar meus comentários e reflexões sobre a vida e o amor, afinal, parti em uma busca para saber se o amor ainda existe e se as pessoas ainda conseguem ser boas umas com as outras. Essa é a base de toda a minha pesquisa, a primeira fase do projeto Jornada do Pôr do Sol. Mais para frente vou expor outros detalhes do projeto.

Alguns, falam que estou no meu ano sabático, termo que tem origem na palavra sabá, que na religião judaica é o período entre sexta feira e sábado em que os judeus se dedicam ao descanso religioso, e outros chamam o que estou fazendo de "gap year", em inglês, tenta definir aquele ano que se tira para uma pausa na vida cotidiana para pensar refletir sobre a vida e iniciar uma outra atividade, se for o caso. Mudar de cidade, região e até país. Mas, para mim foi o início de uma busca para encontrar o meu Eu. 

Para tanto, costumo dizer que deixei o meu Ego para trás para ir em busca do meu Eu.

E cá estou. Um verdadeiro caldeirão de emoções e sentimentos, me descobrindo a cada momento, em cada vírgula, em cada esquina e em cada um. Um pouco de viajante, de escritor, de voluntário, de poeta, de fotógrafo, de sonhador...

O mais importante é que estou feliz, como nunca estive nesta vida.